sábado, 30 de janeiro de 2010

Ao leitor

E quem disse que tudo começaria com uma simples roda de amigos conversando sobre política, religião, ciência e até quem diria, o sobrenatural. Não, não, não á série que passa no SBT ou na Warner, bom pelo menos o contexto era o mesmo.


Hoje é dia 31/01/2010. Puxa 2010, já?! E olha que não sou tão velha para reclamar do tempo, não vou dizer minha idade porque a todos que eu digo me responde com “ainda é uma moça” ou “tem muito pela frente ainda”. Péssimo, simplesmente péssimo, acho que eu mesma deveria saber se sou moça ou se estou na flor da idade sozinha. Petulância foi o que me soou nesta ultima e agressiva frase que escrevi. São 01:38 da manhã, e naturalmente, nada interessante na televisão, muito menos na Internet.


Como somos dependentes dessas tecnologias baratas que ocupam nosso tempo, não?! Quero dizer, temos a impressão que morreremos no ócio se não atualizarmos o Twitter, Orkut, Facebook, Blog, Fotoblog e qualquer outro site de relacionamento que exponha nossa vida para o mundo. É engraçado, todos tem, todos são conectados, logados. Termos. E aqueles que não possuem essas maravilhosas ferramentas do mundo geek estão destinados a chacota alheia.


Porque somos tão dependentes das tecnologias mais simples?


Digo-te o porquê caro leitor. Porque somos carentes. Necessitamos de uma atenção que não é mais suprida por nossos pais, família e/ou amigos, até porque, olhe a sua volta, conte seus amigos e faça uma pequena estatística de quantos vivem com os pais biológicos, contou? Muito bem agora faça o mesmo para aquelas pessoas que você conhece que moram com apenas a mãe ou o pai, ou com os avós, tios, contou? Entende do que estou falando agora?


E a ansiedade do novo mundo ataca novamente misturado com os anseios infanto- juvenil e os pais, e as notas, e aquela prova... Usamos a Internet como válvula de escape porque ninguém nela o julga, cria problemas, te cobra.


A Internet é o pai e a mãe que todo adolescente gostaria de ter. Porque eles pensam que são independentes, pegam ônibus e vão para a escola sozinhos e andam destemidos, e experimentam o primeiro baseado e, tem a temida/esperada e péssima experiência da perda da virgindade.


Não quero fazer com isso uma blasfêmia da juventude brasileira. Até mesmo porque, caro leitor, os tão chamados adultos não são muito diferente. Os adultos de hoje são os adolescentes da época dos nossos pais, onde eles iam trabalhar, tentar pagar a sofrida faculdade, economizar naquele semi-novo que com certeza não era o sonho de consumo, mas era o que dava para pagar e só. Aquela baladinha de finais de semana passou a ser mensal, depois trimestral e não tenha dúvida com a volta do IPI será semestral. Teoricamente, claro.


Mas veja você, leitos, que deve ter demorado menos de 3 minutos para ler este texto, agora são 02:29 da manhã, e agora este autor deve parar de filosofar e dormir, porque, afinal de contas ele terá que ajudar sua mãe solteira nos afazeres.